sábado, 15 de fevereiro de 2014

Primeiro olhar


Segundo olhar, terceiro olhar, revisitei sua imagem em minha mente, era tão bom ter encontrado você, tão bom sentir teu cheiro, aprovar seu jeito, amar a intensidade do que no momento me faz feliz.
É um consolo, eu que acreditava nas duras palavras de meu ex que dizia que eu ia morrer sozinha, que eu era feia o suficiente para ninguém se aproximar, além de tantas palavras que mataram aos poucos minha autoestima elevada.
O primeiro olhar foi meio bobo, sem graça, eu não era acostumada a paquerar sutilmente. Dava sempre na cara, virava pescoço, sorria, perguntava alguma coisa, era desaforada e divertida.
Memorizei cada segundo o nosso primeiro encontro, tive que me conter para não te beijar, sou beijoqueira, curto um bom beijo, aquele beijo que fala por si.
Saímos das páginas do facebook diretamente para um restaurante tranquilo, fofo, agradável e que parecia ser só nosso. Foi um tiro certo na escolha.
Nutri uma admiração logo de cara, a sua simplicidade me cativou, virei fã de suas atitudes, criei vínculos com você, desdobrei-me em tentar ser eu mesma, sem precisar parecer aquela mulher boba que quer impressionar.
Assumi autonomia perante o fato de estarmos iniciando uma nova relação, nos conhecendo melhor. O papo fluía como nunca, os sorrisos eram constantes. O garçom até perguntou quantos anos de casados nós completávamos numa gafe quase imperdoável.
Nos despedimos num último aceno, em meio a tantas despedidas e nenhuma partida, até que ele enfim se foi e eu fiquei com vontade de que aquilo fosse eterno.
Cada centímetro dele me encantava. Não! Eu não estava carente. Eu não engasguei na vontade de dar certo, eu não estou emocionada demais para definir qualquer coisa.
Eu me afetei completamente, estava apaixonada, tinha medo, receios, autoestima baixa, olhei meu mundo e não me senti digna, perdi a sensibilidade de acreditar em mim mesma como uma pessoa boa e pronta para o amor.
Minha alma tinha urgência desse encontro, eu tinha urgência em ser feliz acompanhada, queria uma família, descobri o prazer de dormir de conchinha, de participar das conquistas, de decidir juntos.
Articulei meu coração para trabalhar no meio termo, não sobrou muito tempo para aprofundarmos a relação, a vida ficou bonita em ritmo amoroso, a alegria tomou conta de nossas vidas, uma mutação constante e a felicidade com picos de 100 oscilando até 60.
Uma contradição, eu que sempre preguei felicidade por mim mesma, estava tão concentrada em não deixar escapar esse ser especial, fui a procissão, pedi a Deus, mas as coisas não precisavam dos meus pedidos para darem certos, precisava apenas da nossa atitude como casal e tentar acertar sempre.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: http://meuamor-meuodio.blogspot.com

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