Assim que decidir te aviso, você será
o primeiro a saber da novidade, nada mais legal do que contar com os amigos
para tudo para as notícia boas e para as notícias ruins também. Eu tenho muita
sorte com meus amigos.
Uma referência velada, uma cumplicidade
nata, uma vontade de estar perto, comemorar conquistas, aceitar desafios,
curtir momentos agradabilíssimos.
Vocês foram as melhores coisas que já
aconteceu para mim, ter com amigos pessoas de corações de ouro, que não se opõe
ao que você realmente é, falam contigo na real, sem florear muito, sem passar
mão na cabeça.
Nada muito curto faz meu estilo, não
gosto de não me sentir à vontade, mas também não sou do tipo certinha, também
não cobro posturas similares dos meus amigos. Todo mundo tem o direito de ser
quem é.
Encontro a minha liberação de acordo
com a minha consciência, não sou de ficar copiando costumes, também não sou de
achar que o meu jeito é o certo, sou de sentar cara a cara e falar o que me
desagrada. Geralmente o que me desagrada é me sentir desrespeitada.
Fui profundamente apaixonada por ele
e falei dele para todos os meus amigos, fechava os olhos e ficava imaginando o
dia que ele vai me notar como mulher porque como amiga eu sei que ele me admira
demais.
O problema de ser amiga de alguém que
você gosta é que você sabe tanto do outro e ele de você que os mistérios que
rondam o clima de conquista não existe, por outro lado você tem privilégios em
algumas informações recreativas que podem ser valiosas para um “encontro
casual”.
Eu não quero essa vida, decidi que é
chão pra caramba o outro achar que é seu amigo, confidencia-te coisas e você
com um milhão de intenções, ele fala até das possíveis pretendentes e você com
a cara de super feliz e com o coração apertado.
Eu não posso simplesmente ficar feliz
por ele porque eu queria ser aquela menina de ouro, não me acostumo com a ideia
e disfarço uma dor de cabeça para não ter que ouvir mais nada.
Um resfriado comum toma conta de mim,
eu sei o motivo, meu resfriado tem nome e sobrenome, mora perto e faz
arquitetura, sua segunda graduação na escala de muitos sonhos profissionais.
Pela enésima vez eu decidi que
contaria tudo, que não era justo aquele doce de pessoa ser traído por sua
grande amiga, mas quem disse que junto com a decisão veio a coragem. Sou chata
para muita coisa, não gostaria que isso acontecesse comigo, mas fazer o quê.
Ocultei o incômodo que eu sentia,
chorei 16 vezes num intervalo de poucos dias, fui para o chuveiro misturar
lágrimas com água, esse ritual me deixava extraordinariamente relaxada e feliz.
Exagerei e dramatizei como de costume,
estava faminta e exausta de toda essa situação e foi então que decidi me
declarar, abri o coração e esperei resposta. Ele processou toda aquela
informação, não demonstrou euforia nem raiva e concluiu com um “te vejo mais
tarde”.
É claro que brotou um arrependimento,
eu não sabia que rumo as coisas iam tomar, a única coisa que eu não queria era
perder sua amizade, por outro lado eu mesma tinha dúvidas em como me comportar
depois do ocorrido.
Não vai haver ninguém mais para mim, ele
parecia único, eu não desejava amar mais ninguém, ele era forte assim como eu,
decidido assim como eu, toma decisões difíceis por instinto e quase sempre está
certo, assim como eu, é intuitivo, generoso e doce.
Ele é seguro de si, não se preocupa
com a opinião alheia e cumpre o que promete e foi assim que naquela tarde ele
me procurou para falar da surpresa que foi eu nutrir sentimentos por ele e da
delícia de saber que ele poderia viver uma linda e doce história de amor com
alguém que ele admirava muito.
Concluiu que nunca investiu em mim
porque me achava fora da sua realidade, mas não poderia desprezar esse presente
do universo. Eu só tinha que prometer uma única coisa que nosso amor jamais
iria morrer, ele poderia se transformar, intensificar ou diminuir, mas jamais
morrer.
E foi assim de sorriso cúmplice que começamos
a nossa história e lá se vão 15 anos.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: http://www.doceparaomeudoce.com
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