quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Nossos valores morais


Nossas verdadeiras potencialidades são internas, nossos valores, nossas crenças, nossas certezas, porém vale redobrar a atenção as armadilhas do ego, ao absolutismo, as ilusões de verdades absolutas, as inseguranças disfarçadas de coisa certa.
É possível fazer de cada momento uma boa escolha, não julgar, não afirmar aos outros a atitude que eles deveriam ter, evitar comportamentos medíocres, melhorando internamente e modificando nossa maneira habitual de ver e sentir.
Mesmo inconsciente buscamos o caminho do autodescobrimento, da opinião com juízo, das experiências que passamos no passado, estamos vinculados a nossa história recente e pretérita, quando nos convém temos atitudes de defesa porque já passamos por sofrimento, negações porque já nos iludimos e inúmeras distorções porque achamos que as coisas podem se repetir, superstições porque “vai que” e preconceitos baseado no certo e errado de cada um.
Nossas experiências domésticas, sentimentais, sociais, motivacionais e religiosas traz aquilo que temos dentro do coração, dificilmente modificamos nossas expectativas em relação ao que poderia nos acontecer, somos livres para fazer escolhas e omitir opiniões, mas estamos sempre utilizando nossos mecanismos de defesa.
Nos auto enganamos quando não conseguimos conviver com as verdades da vida, quando enclausuramos sentimentos e emoções, quando julgamos, medimos e sentenciar os outros com os valores nossos de cada dia. Também nos autojulgamos quando atraímos pessoas que não nos faz bem, ou quando entramos em situações embaraçosas pela mínima falta de percepção.
A vida é uma constante decisão do que deveríamos fazer ou não, se deveríamos ser rígidos e inflexíveis ou maleáveis e de fácil perdão, se poderemos ter vida afetiva na velhice ou buscar a solidão, se sentimos ódio e repugnância ou demonstramos afetos e sentimentos.
As emoções são constantes, os erros alheios nos incomodam, causam uma parede grossa em forma de censura, a estrada que nos leva a felicidade é bem estreita, ser feliz além das circunstancias é perceber claramente que a vida é momentos bons e ruins.
Não administramos nossas finanças muito bem e perdemos felicidades quando estamos atolados em dívidas, não dirigimos com prudência e somos infelizes quando perdemos pontos e dinheiro com multas, não conduzimos nossos próprios passos quando nos deixamos influenciar por valores alheios. Absorvemos deveres que não são nossos e assumimos compromissos que somos incapazes de cumprir.
Deixando de segurar as rédeas de nossas decisões e abraçamos ilusões românticas pouco práticas, somos cheios de expectativas coloridas e floreadas, queremos a felicidade das novelas, dos contos infantis, da vizinha ao lado, mas esquecemos que o método que me faz feliz é único pois eu sou única.
É sempre fácil culpar o cônjuge, a amiga o trabalho, a situação, o namorado, o vizinho, o chefe, a sogra, os outros deveriam seguir os planos e objetivos e se comportar de acordo com o que eu espero deles, tudo seria perfeito. Basta o outro se adequar as minhas necessidades.
O controle sobre o que o outro faz ou deixa de fazer não nos é possível, a felicidade não tem receita, cada um tem seu jeito de ser feliz, de se realizar como indivíduo, não podemos generalizar semelhantes tão dessemelhantes.
Podemos seguir tendências, compartilhar mesmos interesses, ter admiração pela natureza, aceitar as consequências dos nossos atos, mas dificilmente seremos iguais, somos únicos no mundo, não podemos perder de vista essa verdade.
Nosso primordial compromisso é conosco, ao outro não nos cabe preenchermos, não nos cabe comparações, comparar significa igualar, elevar ou rebaixar, não é uma forma justa de perceber seres distintos. Não se deve corrigir e reprimir atitudes alheias, nós nunca mudaremos o outro, entra ano e sai ano e ainda temos falsas expectativas que o outro vai mudar por nossa causa, por nosso amor.
Ninguém tem a obrigação de agradar o tempo todo, ninguém consegue isso, nos enquadramos no que esperamos dos outros para nós, queremos o outro com os mesmo valores, discernimentos, boa vontade, pessoas enquadradas em nos satisfazer, agindo e falando conforme nossa conveniência.
As vontades alheias não nos pertencem, as atitudes alheias também não, mesmo que fira nossos valores, devemos respeitar o outro como ele é.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: http://meninasdojanete.blogspot.com


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