Nossas verdadeiras potencialidades
são internas, nossos valores, nossas crenças, nossas certezas, porém vale
redobrar a atenção as armadilhas do ego, ao absolutismo, as ilusões de verdades
absolutas, as inseguranças disfarçadas de coisa certa.
É possível fazer de cada momento uma
boa escolha, não julgar, não afirmar aos outros a atitude que eles deveriam ter,
evitar comportamentos medíocres, melhorando internamente e modificando nossa
maneira habitual de ver e sentir.
Mesmo inconsciente buscamos o caminho
do autodescobrimento, da opinião com juízo, das experiências que passamos no
passado, estamos vinculados a nossa história recente e pretérita, quando nos
convém temos atitudes de defesa porque já passamos por sofrimento, negações porque
já nos iludimos e inúmeras distorções porque achamos que as coisas podem se
repetir, superstições porque “vai que” e preconceitos baseado no certo e errado
de cada um.
Nossas experiências domésticas, sentimentais,
sociais, motivacionais e religiosas traz aquilo que temos dentro do coração, dificilmente
modificamos nossas expectativas em relação ao que poderia nos acontecer, somos
livres para fazer escolhas e omitir opiniões, mas estamos sempre utilizando
nossos mecanismos de defesa.
Nos auto enganamos quando não conseguimos
conviver com as verdades da vida, quando enclausuramos sentimentos e emoções,
quando julgamos, medimos e sentenciar os outros com os valores nossos de cada
dia. Também nos autojulgamos quando atraímos pessoas que não nos faz bem, ou
quando entramos em situações embaraçosas pela mínima falta de percepção.
A vida é uma constante decisão do que
deveríamos fazer ou não, se deveríamos ser rígidos e inflexíveis ou maleáveis e
de fácil perdão, se poderemos ter vida afetiva na velhice ou buscar a solidão,
se sentimos ódio e repugnância ou demonstramos afetos e sentimentos.
As emoções são constantes, os erros
alheios nos incomodam, causam uma parede grossa em forma de censura, a estrada
que nos leva a felicidade é bem estreita, ser feliz além das circunstancias é
perceber claramente que a vida é momentos bons e ruins.
Não administramos nossas finanças
muito bem e perdemos felicidades quando estamos atolados em dívidas, não
dirigimos com prudência e somos infelizes quando perdemos pontos e dinheiro com
multas, não conduzimos nossos próprios passos quando nos deixamos influenciar
por valores alheios. Absorvemos deveres que não são nossos e assumimos
compromissos que somos incapazes de cumprir.
Deixando de segurar as rédeas de
nossas decisões e abraçamos ilusões românticas pouco práticas, somos cheios de
expectativas coloridas e floreadas, queremos a felicidade das novelas, dos
contos infantis, da vizinha ao lado, mas esquecemos que o método que me faz
feliz é único pois eu sou única.
É sempre fácil culpar o cônjuge, a
amiga o trabalho, a situação, o namorado, o vizinho, o chefe, a sogra, os
outros deveriam seguir os planos e objetivos e se comportar de acordo com o que
eu espero deles, tudo seria perfeito. Basta o outro se adequar as minhas
necessidades.
O controle sobre o que o outro faz ou
deixa de fazer não nos é possível, a felicidade não tem receita, cada um tem
seu jeito de ser feliz, de se realizar como indivíduo, não podemos generalizar semelhantes
tão dessemelhantes.
Podemos seguir tendências, compartilhar
mesmos interesses, ter admiração pela natureza, aceitar as consequências dos
nossos atos, mas dificilmente seremos iguais, somos únicos no mundo, não
podemos perder de vista essa verdade.
Nosso primordial compromisso é conosco,
ao outro não nos cabe preenchermos, não nos cabe comparações, comparar
significa igualar, elevar ou rebaixar, não é uma forma justa de perceber seres
distintos. Não se deve corrigir e reprimir atitudes alheias, nós nunca
mudaremos o outro, entra ano e sai ano e ainda temos falsas expectativas que o
outro vai mudar por nossa causa, por nosso amor.
Ninguém tem a obrigação de agradar o
tempo todo, ninguém consegue isso, nos enquadramos no que esperamos dos outros
para nós, queremos o outro com os mesmo valores, discernimentos, boa vontade, pessoas
enquadradas em nos satisfazer, agindo e falando conforme nossa conveniência.
As vontades alheias não nos
pertencem, as atitudes alheias também não, mesmo que fira nossos valores,
devemos respeitar o outro como ele é.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: http://meninasdojanete.blogspot.com
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