sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Nosso modo de agir e pensar


Achamos que não, mas atraímos tudo aquilo que internalizamos consciente ou inconsciente, aquela vontade de ficar só, de se livrar de alguém é produto e subproduto de nossas crenças.
Recebemos as consequências de nossos atos, às vezes a vida nos dá chances, outras vezes ela é bem “vingativa” e nós não aceitamos a dura realidade que apenas estamos colhendo o que plantamos.
Quando temos paz e estamos lúcidos e conscientes de nossos atos somos serenos, firmes e equilibrados, quando estamos em guerras internas somos turrões, teimosos, negativos e até mentirosos.
Não tomamos consciência de que precisamos aceitar como somos, não estou falando de rendição conformada, estou falando de se autoconhecer para melhorar, quem não se conhece não sai do lugar.
Temos laços consanguíneos que nos unem ao pai, a mãe, aos irmãos. Geralmente não nos parecemos com eles, temos a nossa individualidade que cabe a cada membro da família respeitá-la. Não me venha com imposições machistas ou religiosas ou feministas ou neuróticas ou a mistura de duas ou mais.
Nada de simbiose doentia, ada de achar que a sua família não tem defeitos ou que é a família perfeita, nada de se sacrificar por alguém exigindo dedicação exclusiva e bem-estar familiar.
Somos de afeições sinceras, não importa se com família, amigos, marido, namorados, companheiro, não importa se ser chique é viver uma família margarina ou uma família exibicionistas de redes sociais, não importa a perfeição da beleza física e os muitos recursos financeiros guardados em cofres bancários.
Muita exibição e muito aplauso sistemático no agir para ser visto, ovacionado, querido, amado, curtido. Cada dia crio novas situações para evidenciar o quanto sou linda, charmosa, talentosa, marombeira, o quanto é lucrativo meus negócios.
Sinto que o aqui e o agora a crista da onda é agradar os amigos virtuais, é tentar se sentir querido, é não deixar se ressentir com negativas emoções, é interpretar o sentir, o pensar, o agir, abafando emoções reais e reagindo de forma mais exacerbadas, sem apatias, com ausência de reações negativas. Sou perfeita o tempo todo, no lugar da tristeza a alegria, no lugar da raiva o medo. Emoções básicas disfarçadas em redes sociais.
As emoções não são nossas mas dos outros, sentir-se de tal maneira é feio, luxúria ou perversão, a sexualidade com mais liberdade é interpretada como perversidades mal resolvidas. Somos a projeção do que o outro espera de nós.
Não buscamos a si mesmo, não nos conhecemos a fundo, muito pelo contrário, os outros nos servem de espelhos, eles são nossos parâmetros mesmo que questionáveis a gente não se dar ao luxo de pensar e agir diferente, são as convenções do tempo moderno. Quer um exemplo simples, quem não adere as redes sociais é considerado quase um alienígena, ou que deseja casar virgem sofre o preconceito de arcaica.
Ne sempre conseguimos mascarar nossas verdadeiras intenções, aos poucos a gente se descobre chata, reclamona, infeliz, aos poucos pessoas próximas a nós enchem o saco, nós achamos que tudo ia ser fácil e lindo, mas mesmo amando alguém não sobrepomos nosso eu, nosso mau-humor, nossos estresses.
Não dá para enganar as pessoas por tempo indeterminado, quem dizia sim para tudo chega o momento de dizer não, quem sorria o tempo todo chega o momento de chorar, a gente troca de sentimentos assim como trocamos de roupa, ninguém é 100% o tempo todo, mesmo que sejamos doces, afáveis, há momentos em que somos rudes e desrespeitosos.
É na nossa casa que somos nós mesmos, quando estamos de passagem ou somos visitas usamos maquiagens impecáveis, bb cream L’Oréal, joias reluzentes, perfumes dolce cabana, roupas da moda com estampas de abacaxi, óculos charmosos e gigantes.
De tanto fazer o que os outros esperam de nós, um dia perdemos a consciência de quem somos, se o que fazemos é convenção ou imposição da sociedade ou porque aprendemos a ser dependentes de regras “universais” desde cedo.
- Arcise Câmara

- Crédito de Imagem: http://bymorfeu2013.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário