segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Desacompanhadas da família


Tem muita gente que se casa e agrega a família junto ao mesmo ambiente, acham que é muito melhor do que deixar parentes sozinhos, além do mais muitas pessoas são forçadas a obedecer com medo de perder o cônjuge.
Essas pessoas desenvolvem uma postura de anulação das próprias vidas, em troca do radicalismo do amado que sempre impõe suas crenças, normas e regras.
Todo relacionamento deve ser livre de preconceitos, nada é mais chato do que achar que o que dá certo para alguém, dá certo para a gente, somos pessoas diferentes, alguma supersticiosas, outras emotivas e coração mole, umas de fácil convívio, outras de lábios ferinos.
O que é adequado para uns é inadequado para outros, nem sempre o que considerarmos errados é de fato errado.
Dentro dos moldes convencionados pela sociedade em que vivemos, a família é esposa e marido e filhos, se houver, ou ainda esposa e esposa ou marido e marido, sem nos prender a “moral”.
Fazer o bem ao outro é constituir família sem agregados, usando a sinceridade para que cada um fique no seu quadrado, talvez este seja o melhor antídoto para afastar mal-entendidos.
O casamento não esvazia amizades e nem distorce os fatos, nós que em algum lugar da nossa cabeça achamos que deveremos nos transformar em parasitas ou concentrar energias em coisas que antes não concentrávamos. É claro que é uma vida totalmente diferente da vida de solteira, que muitas vezes parece uma relação desinteressante.
Uma lição de aprendizado é não manipularmos ocasiões, não nos sentir prontos para o tudo ou nada quando os conflitos iniciarem por divergência de opiniões, não cobrar em demasia e fragilizar o relacionamento. Parte do sucesso da vida do casal é se afastar das cobranças, o outro tem que ser gentil por ser gentil e não porque estou o ameaçando me separar dele pelas canalhices sofridas.
É questão de tempo para que o casamento venha a  ruínas quando perdemos nossas fronteiras individuais, quando precisamos engolir parentes que em nada coadunam com nosso jeito de ser, quando esperamos sempre retribuições por qualquer agradinho que fizemos, quando sofremos por não termos feito tudo que desejamos.
Assim, restringimos nossos vínculos afetivos, o outro passa a não merecer nossa intimidade, negamos sexo até ele aprender, ele bem que poderia ser melhor, colocar a cunhada no seu devido lugar.
Vida a dois não é fácil, analisando apenas o que sentimos em profundidade ou experimentamos vivenciando no dia a dia, educação em grau diminuído por estresse, valores recebidos na infância, o ambiente social que crescemos, a mudança de humor, a vontade de ficar sozinho, o nosso melhor de hoje não será o nosso melhor quando a raiva e os ressentimentos estiverem enraizados.
É preciso ajustes constantes por toda a vida, assimilar as coisas erradas para não repeti-las, tornar o clima de romance favorável, abrir a porta da afetividade, viver com naturalidade e saber ouvir críticas, possuir o dom do perdão diário.
Temos necessidade de ser como somos, não importa se solteiros, casados, viúvos, não importa onde estamos ou com quem estamos, acredite! Não somos vítimas do destino.
Soluções para comportamentos inconvenientes é a imposição, ninguém faz nada do que não lhe é permitido, ninguém briga com louco, nós que complicamos os relacionamentos com nossos velhos modos de pensar, das crenças incoerentes de que todos somos um só, que a minha família tem que ser tua família e vice-versa.
Cuidado com a permanência de doentios pontos de vista, atitudes de dominância e manipulação, nada de viver constantemente contrariada, contra tudo, contra todos, contra o mundo, contra a sociedade e contra a si mesmo. As coisas tendem a melhorar, mas não inicie sua vida com intrusos.
Lute por aquilo que desejas, elimine os melindres, evite ressentimentos e controle antipatias, você não precisa amar o sogro mas deve respeitá-lo, isso não quer dizer que deves morar junto com ele. Não adianta reformular resposta ao que passou, se você não teve forças para se defender e nem foi defendida espere uma outra ocasião.
- Arcise Câmara

- Crédito de Imagem: http://www.sitiosaofrancisco.org.br

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