Imagem: Google
Passei de uma pessoa tímida e discreta a uma pessoa extravagante e extrovertida, tentei ser charmosa e treinei olhares e gestos diante do espelho, deixei de lado parte do meu passado, transformando-me no que eu gostaria de ser, aprendi a olha nos olhos sem ficar roxa de vergonha, queria apagar a imagem sofrida, deprimida e solitária. No início era estranho e constrangedor, depois ficou mais fácil, eu trabalhava o tempo todo, precisava criar hábitos, precisava criar “coincidências”.
Fui de um extremo a outro, de religiosa a supersticiosa, visitava locais que eu não gostava muito como piqueniques e festas mais eu precisava me enturmar, precisava achar o preenchimento da minha vida sem graça, queria viver os melhores anos da minha vida, queria mostrar para mim mesma que eu podia ser feliz. Ah, sim FE-LI-CI-DA-DE!
Parei de descansar, a vida ficou agitada, as portas da balada estavam sempre abertas e eu me sentindo sozinha, parecia um ritual eu tinha que ir, dançar, beber, beijar, tirar foto, amar... Fiquei desprotegida, começaram os conflitos internos, começaram não! Aumentaram, conflitos eu já tinha, estava em busca. Ri de mim mesma e nessa hora caíram todas as fichas. Senti medo, preocupação, ansiedade, todas as emoções se misturavam e me traiam, resolvi viajar, assumir os negócios, aproximei da família, o ambiente rotineiro e familiar não me incomodava como antes, recordei de o quanto era bom está ao lado de quem se ama, eu sentia uma conexão muito grande com a família.
Comecei a senti uma coisa estranha, uma paz, inspiração e meu ar triste foi embora, assim como a vontade de ser como os outros, aquela vontade que não combina comigo.
- Arcise Câmara
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