Modifiquei-me, deixei os impulsos,
abri minha visão para o futuro, ficaram resquícios na minha mente como o
“bateu, levou”, “olho por olho, dente por dente”, “aqui se faz, aqui se paga”,
nosso “eu quero justiça”, esquecia do amor experimentado de forma sublime
traduzida na regrinha de ouro: “fazei aos outros o que você gostaria que
fizessem a você”
Ampliei os horizontes, deixei o
sentimento de derrota e amargor com fome, eles não seriam sustentados por mim,
por várias vezes perdi a oportunidade de permanecer calada, falei e magoei.
Repus sentimentos bondosos na minha lista e permaneci com a vontade de arrumar
sentidos nobres para a minha vida.
Nutri e revigorei minha vida no dia a
dia, nada de coisas fantásticas ou espetaculares, nada de tesouros imensuráveis,
nada extraordinário bom, mas também nada no ponto morto. Era preciso apagar as
lembranças da traição, acabar com a mágoa, aceitar o fracasso daquela relação,
abraçar o fracasso, errei sim, quem nunca?
Lutamos por paixões inúteis, deixamos
o grande amor por amantes passageiros, questionamos nossas boas escolhas,
sofremos quando menos imaginamos, realçamos o sentimento depressivo ou suicida,
nos importamos com a beleza, as aparências ganham das essências.
A vida é engraçada, depois que o
conheci passei a não imaginar minha vida sem ele, puxei aqui, estiquei ali,
estava encantada até o dia que precisei de colo e não tive, porém uma lição eu
aprendi, precisava amar o outro como a mim mesmo e não ser um saco de revolta,
uma cricri de carteirinhas master, uma pessoa com sede de “ah, você me paga!”.
A descoberta é a seguinte: o amor não
te faz besta, lesa, tola, boba, cega... O amor te faz ser a melhor pessoa que
você pode ser e com amor as coisas frutificam. Então eu quero dar o que eu mais
tenho, eu quero amar muito, sem pretender, sem querer que o outro se comporte
na minha maneira, quero um amar e ser amada, mas quero amar com as medidas do
amor e não com o egoísmo do eu.
- Arcise Câmara
- Imagem: http://padmashanti.blogspot.com.br
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