Imagem: http://destrave.cancaonova.com
A gente vai se apegando, se apegando,
se apegando, o impulso de ter ou deter coisas e pessoas, a gente usa lentes que
controlam o outro, oferecemos opções de controle em muitos pontos disfarçados
de preocupação.
Somos inteligentes e ágeis para
dramatizar mentirinhas na nossa cabeça, fazemos crescer a insegurança, criamos desconfortos,
nossos discursos são incoerentes e fracos, vivemos de efeito placebo.
Sou apegadíssima a beleza da vida,
apegada ao melhor do outro, descartamos os restos, as dores, os desafetos, a
infelicidade, esta última não tem vez, somos apegados a alegria de sentir
coisas boas, esquecemos as preocupações do mundo adulto, apagamos as experiências
ruins, somos sugestivos quando o assunto nos diz respeito.
Não existe remédio para o apego, você
pode até se desfazer dos seus pertences, ocupar o coração, aprender a perder, e
entender que não somos donos nem de nós mesmos, mas o engraçado é que o
sentimento de posse é difícil de dominar.
Já me descasquei do avesso quando
estive no fundo do poço, já pensei que era livre quando estava mais escravizada
do que nunca com correntes emocionais poderosas, já transformei a minha vida
num mar de rosas brancas, já acabei com o prestígio de ser quem sou, já me
tornei escravo das emoções, então como consequência aprendi a arte de
desapegar.
- Arcise Câmara
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