domingo, 15 de setembro de 2013

Lacunas afetivas



                                                                     Imagem: http://vidaeamorverdadeiro.blogspot.com.br/

Desejava um amor e estava completamente ligado ao passado, um passado de pensar no ex-amado todos os dias, mesmo que o ex-amado tivesse sido o pior dos pesadelos. Coisas mal-resolvidas por quem nem temos admiração.
Precisamos lustrar o ego como diz Padre Fábio, mergulhar no profundo do nosso ser e reconhecer o que é desejo e o que é realidade.
As circunstâncias aparecem e reaparecem, numa hora aquilo nos desagrada, noutra hora estamos mais assertivos, disposto e flexíveis para aceitar até qualquer coisa, os excessos que antes nos magoavam não nos magoam mais, carregamos pesos desnecessários sem notá-los, sentimos o alívio apenas quando os livramos do peso.
Num instante estamos presos no passado, noutros estamos presos no futuro, temos sempre um jeito novo de nos agarrar ao que passou nem que seja por um único e singelo fio.
Somos mestres na arte de camuflar sentimentos, misturamos realidade, nos iludimos com facilidade, qualquer gesto fica parecendo demonstração de amor, iluminamos com um sorriso dado em outra direção, nos tempos modernos que nos encontramos ganhamos e perdemos como também nos tempos antigos, a diferença é que não sabemos nem ganhar e nem perder.
Nesta perspectiva a forma se esconde e o aprendizado não chega, escondemos que ganhamos de uma maneira torta, passando a perna, mentindo, enganando, aprendemos que não devemos perder, dói perder.
Ficamos motivados na ousadia do saber sentir, saber viver, saber controlar as emoções, corremos atrás de motivos que nunca nos levem ao abandono, temos a certeza dos louros da conquista, da beleza de um salto bem dado, vivendo de coração aquecido e singular.
O primeiro passo é identificar sentimentos cegos, não nominá-los como positivos como o rancor e falta de amor na posse em obter alguém. Não é preciso ter sempre razão, nada de se assumir ser quem não é, ou mascarar as insatisfações, nada de uma vida com botão de emergência piscando sem parar, perdendo o vigor dos pequenos prazeres e grandes conquistas.
- Arcise Câmara


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