Estamos sempre em favor de nós mesmos, idolatramos alguns, egolatramos outros, somos científicos ou primitivos, somos responsáveis ou atrofiados de sentimentos, fugimos ou agimos como se tudo fosse fácil e sem esforço, às vezes me sinto vivendo na superficialidade.
Já coloquei o outro no centro da minha vida, já inclui nas minhas decisões o que o outro pensava, já camuflei emoções, já repeti fracassos até entender que o amor não é querer que o outro seja cada vez mais parecido comigo, que o amor exige diferenças que se completam, que o amor não se coisifica.
Ninguém é senhor de ninguém, como eu era egoísta no amor, como a minha carência absoluta administrava a relação, como eu queria preencher um vazio que não era dele, como dominei com prepotência e imposição.
Adoeci vários corações, negligenciei o amor, eu me comprometia em pouco tempo de relacionamento, eu queria ser preenchida por alguém, sem contar a ninguém que o meu vazio, meus aborrecimentos, minhas mágoas e ressentimentos eram só minhas.
Depois de um tempinho, descobri o amor verdadeiro, estava nervosa, ressabiada e embaraçada, com medo da intimidade, mas com a ousadia necessária para ser feliz.
- Arcise Câmara
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