O Ministério Público do Trabalho iniciou uma ação de indenização contra
a Samsung no valor de R$ 250 milhões. O processo por danos morais coletivos diz
respeito à fábrica da companhia na Zona Franca de Manaus, onde foram
identificadas más condições de trabalho, como jornadas exaustivas e
horas-extras que ultrapassam o limite permitido.
Na ação, por exemplo, contam casos como o de um funcionário que
trabalhou mais de 15 horas seguidas em um único dia ou outro que passou 27 dias
sem uma única folga. Além disso, são relatados problemas relacionados a esforço
repetitivo e o fato de muitos empregados passarem dez horas em pé, enquanto
trabalham na linha de montagem de smartphones, televisores e aparelhos de
ar-condicionado.
O Ministério Público aponta também que a planta da Samsung em Manaus apresenta um índice de adoecimento acima da média, com mais de dois mil pedidos de afastamento no ano passado devido a doenças relacionadas ao trabalho. E os dados são ainda mais agravantes, já que a análise da instalação prevê que pelo menos 20% dos funcionários da fábrica irão desenvolver problemas do tipo até 2018.
O Ministério Público aponta também que a planta da Samsung em Manaus apresenta um índice de adoecimento acima da média, com mais de dois mil pedidos de afastamento no ano passado devido a doenças relacionadas ao trabalho. E os dados são ainda mais agravantes, já que a análise da instalação prevê que pelo menos 20% dos funcionários da fábrica irão desenvolver problemas do tipo até 2018.
Produção em série
A ação foi baseada em duas fiscalizações realizadas pelo Ministério do
Trabalho e Emprego entre 2011 e 2013. O relatório constatou que os funcionários
da fábrica da Samsung realizam cerca de três vezes mais movimentos por minuto
que o limite seguro, constatado por estudos ergonômicos.
Além disso, foram levantados dados de tempo sobre o funcionamento da
linha de montagem, que mostra a exigência por tempo e velocidade imposta pela
fabricante sul-coreana. Por exemplo: Um funcionário tem seis segundos para
colocar carregador, fones de ouvido e dois manuais de instrução em uma caixa. A
tarefa é repetida 6800 vezes por dia, em média; Uma televisão é embalada em
caixa de papelão a cada 4,8 segundos; A montagem de um smartphone é
compartilhada por diversos empregados em uma linha de montagem e dura 85
segundos; O mesmo processo, mas para um ar-condicionado, dura menos de dois
segundos.
Indenização
O Ministério Público justifica a ação no valor de R$ 250 milhões
afirmando que o total, por mais que pareça excessivo, é equivalente ao que a
Samsung lucra ao redor do mundo. Além disso, o órgão aponta que se o montante
fosse dividido em todos os funcionários que moveram ações individuais, cada um
receberia R$ 44 mil, um valor próximo ao dos processos que estão sendo movidos
na Justiça do Trabalho do Amazonas.
O procurador Illan Fonseca vai além e afirma que a Samsung onera o
Estado duplamente. Primeiro ao receber isenções fiscais e abatimentos no
Imposto de Renda como incentivo por estar instalada na Zona Franca de Manaus. E
segundo por gerar um alto índice de afastamento, que precisa ser bancado pelo
INSS.
A Samsung, até o momento, não respondeu à imprensa sobre a ação.
Fonte: TECMUNDO
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