segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A superficialidade acaba sendo uma marca registrada

Ando em crise de idade, ando olhando defeitos em mim mesma, defeitos de hardware, enxergo rugas, manchas, varizes, peso extra, ando controlando-me para alcançar alguns objetivos importantes que possam massagear a minha autoestima e pensei sobre procedimentos cirúrgicos (plástica e botox), botox seria a primeira vez e plástica a terceira, por outro lado fico me perguntando se não ando superficial, se não estou dando muita razão as aparências, se não poderia ser mais desencanada com isso. Abraçar a idade que nem é tanta assim.
No caso do botox tenho medo de ficar com cara de boneca, engessada, feia, plastificada e antinatural, sempre fui contra juventude eterna, por outro lado o que fazer quando você não se agrada consigo?
Procedimentos mágicos, mandingas, rituais de cremes e sessões, máscaras para rosto e cabelos, todas as formas de trazer à tona, nosso melhor para agradar a nós mesmas e aos outros.
Queremos melhorar, mudar de nível, tornarmo-nos apropriadas, bonitas, positivas, cheia de valores, olhando o lado simples das coisas e refletindo profundamente sobre a beleza da vida, queremos impressionar a nós mesmas, não me sinto precipitada para as mudanças, já me passou pela cabeça um montão de vezes, me faltou coragem e não é porque achei feio ou sujo mudar o visual com incisões.
Busco o equilíbrio e a maturidade, não quero ser jovem o tempo todo, mas quero me sentir feliz, sem neuras com o que me incomoda, quero externar as minhas melhores emoções, mostrar quem sou.
O Governo bem que poderia vacinar contra baixa autoestima, nos imunizar desses sentimentozinhos de frustrações, dissabores e tristezas com a própria imagem, o que fazer se ando triste, desanimada e frustrada? Não tenho uma ideia romantizada sobre a beleza, minha mãe nunca fez uma incisão e é linda por dentro e por fora, sempre pergunto se a aparência conta tantos pontos assim, se não poderia pular esses obstáculos e seguir aceitando-me do jeito que sou, ou tentando melhorar no que puder.
Agimos e reagimos conforme nossas emoções e sentimentos e isso também influi nas nossas decisões de mexer aqui ou ali, de nos sentir melhores ou piores com nossa própria aparência.
- Arcise Câmara


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