sexta-feira, 12 de julho de 2013

Fazendo avaliações precisas



É necessário repensar, observar, analisar as pessoas excessivamente egoístas, desdenhosas, não podemos dormir no ponto, temos que sair ganhando em matéria de observação senão nos estrepamos. Algumas pessoas desistem de suas vidas em troca de um grotesco casamento por conveniência, por interesse ou por amor unilateral, o delas próprias para com o amado sem a mínima reciprocidade, abandonam seus sonhos para dedicar-se exclusivamente a ser uma boa esposa, boa mãe, boa menina, boa gente, boa dona-de-casa, boa ouvinte, boa amante, boa atendente dos caprichos do esposo.
Uma vida mais aceitável do que se pensa, o sonho de ter família no sentido amplo da palavra, a esperança de que no futuro tudo se encaixe, uma vida digna de pena e compaixão, uma vida com pouca identidade, sonâmbula de projetos e sonhos, predadora de vontades alheias. A pessoa não é reconhecida pelo que é e sim pelo o que o outro quer que ela seja, é um amor sem criatividade, sem petiscos, um amor desprotegido de alguém que chupa uma laranja e joga o bagaço fora quando não lhe servir mais.
Tenho uma amiga que não pensa em si, só pensa no esposo e filhos, o mundo inteiro tira vantagem dessa pobre mulher, mas ela gosta, nasceu para satisfazer o ego dos amados, nasceu para doação, caridade, para ela falta tudo, para o esposo e filhos não faltam nada, inclusive plásticas desnecessárias, eu nunca tentei ajudá-la, ela nunca se sentiu explorada, eu iria ajudar o quê? A vida estava boa para ela e a única preocupação era com as contas sempre no vermelho. Não saber dizer não, é um preço muito alto que se paga.
As pessoas que exploram outras são mansas, de voz carinhosa, receptivas, simpáticas, soberanas e bem dispostas, vivem a vida com leveza, não se preocupam com nada, o único trabalho árduo seria manter a explorada conquistada, parecem ser generosas, mas não são, fazem generosidade com o dinheiro alheio, avaliam e reavaliam seu tempo, se estão lucrando com a relação, sua atenção é voltada para si. Abriga toda sua vida em cima de suas expectativas atendidas, são imaturas, não cresceram, não saíram do primeiro estágio emocional de ser cuidado pois eram indefesos e precisavam de proteção amorosa e financeira, cresceram, mas continuam no mesmo estágio em que os outros precisam atender as necessidades.
É tudo ácido demais para o meu estômago, um sol sem brilho, uma escuridão sem fim, uma fecundidade torta com consequências desastrosas, energias sugadas devastadoramente, resistência em mudar.
- Arcise Câmara

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