Fico observando as pessoas que mudam por causa de um amor, elas perdem amizades, isolam-se em relacionamentos controladores, deixam de se maquiar, de cuidar da vaidade, deixam de ser quem eram e o pior deixam de ser aquela pessoa pela qual o homem se apaixonou.
Perdem todo o encanto, vivem em função do outro, parece que nasceram grudados, não há mais passeios com as amigas, não há telefonemas de felicitações de aniversário, não há a mínima vontade de continuar a amizade porque o amado não foi com a cara de nenhuma das suas amigas.
Não dorme mais uma noite com sonhos agradáveis, aliás, o sono fica comprometido o tempo todo, porque o amado não acredita que precisa dormir cedo, e dispensá-lo às 21h significa ter outro, um cafajeste rondando e uma puta que não se respeita dando confiança.
Ela não tem pena de si mesma, na cabeça dela, esse é o relacionamento ideal, onde o controle é sinônimo de amor, a posse vira amor, as brigas são por amor e nessa busca da felicidade eles ficam empatados na errônea forma de sentir o que não é amor, mas parece ser. O que me impressiona é que são mulheres inteligentes, que pareciam saber tudo, mas um amor não é sinônimo de conspiração.
Depois de tantos desencantos é difícil se reerguer, o pior é para quem olha de fora já sabia o desfecho de toda essa dominação.
- Arcise Câmara
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