segunda-feira, 20 de maio de 2013

Melhor não falar disso


A minha história na boca do povo, com o meu consentimento, expus minha vida de uma forma que não podia voltar atrás, privacidade quase zero, tudo eu falava, tudo eu registrava, tudo estava nas redes sociais, dos textos a momentos especiais, de fotos a desabafos, de clique em clique.
Enjoou um pouco, chegou a hora de bater em retirada, chegou o momento de que não queria tanta exposição, mas ao mesmo tempo a não exposição me fazia falta, acho até perigoso ficar sinalizando os lugares que frequento, as comidas que curto, os amigos que encontro, por outro lado é tão bom compartilhar felicidade, mesmo que essa felicidade provoque inveja que em pequenas ou grandes proporções respingam em você.
Comecei a contar o tempo em que usava a rede, comecei a me sentir viciada e resolvi controlar meu próprio tempo, usaria gotas homeopáticas durante a semana e evitaria nos fins de semana, no início duvidei que conseguiria, no entanto, não só consegui como tive a certeza de que tinha feito a coisa certa.
Eu dei um tempo, amadureci, assimilei as coisas que não tinha há 20 anos e que hoje não vivo sem, avaliei o que era realmente necessário, junto com a vida moderna e prática estava o estresse pesado, junto com uma noite em claro se socializando, estava mau-humor à flor da pele e sabe-se lá o que mais.
O personagem Srta.Arcise era o meu momento, confundida comigo inúmeras vezes, os textos parecem minha vida, minha luta, minha história, mas não são, a confusão se dar pela paixão em escrever em primeira pessoa, em me sentir igual a um monte de meninas que sonham alto e expressam seus sonhos, eu não sou o texto em si, sou o que está por detrás dele, sou a reflexão, a dúvida, os questionamentos, sou o pensar sem agir ou o agir sem pensar, sou a bola da vez em críticas, sou a cara para bater, sou o circo pegando fogo, sou susto e situação, tempo e ócio.
Quanto mais eu falo pior fico, é uma situação inusitada de que os seus textos tem que ser você, mas no fundo sou eu sim, as emoções, a intuição presente em cada linha, o valor embutido, a decisão do que escrever, as imagem coladas em URL da sua fonte de origem.
O estrago foi feito eu e a Srta.Arcise nos misturamos, temos o mesmo sangue, a mesma  confiança, o mesmo espírito solidário, a mesma indignação para um monte de coisas, mas somos únicas e tremendamente especiais.
- Arcise Câmara

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