domingo, 19 de maio de 2013

A perda do amor da minha vida



Foi difícil, apertava a mão com força, coçava o meu pescoço, estava me sentindo sufocada e sem ar, parecia um pesadelo, perdi os sentidos, desmaiei pela primeira vez, eu me perguntava o que eu tinha feito, porque não merecia tal amor, eu me culpava por coisas que eu não fiz, pelas vezes que não cedi, eu fingia que ficava de pé, mas doía pra cacete, doía também me fingir de forte, doía desembuchar sentimento coração afora.
Parecia loucura mas queria tomar uma coca-cola bem gelada, daquelas de garrafa com canudo para relaxar, coisa que não faço a mais de 13 anos, queria voltar a chupar o dedo polegar e enrolar os cabelos enquanto chupo, queria fazer alguma coisa que suprisse a minha carência momentânea.
Eu sabia que não ia ter outra chance, eu sabia que o recomeçar da minha vida seria trabalhoso, eu sabia que precisava me lavantar no "agora ou nunca", precisava desarmar a bomba, precisava parar de contar os detalhes para Deus e o Mundo, que ninguém nos ouça, mas você não merecia as minhas lágrimas, não merecia meu amor, minha fidelidade, meu companherismo, não merecia meu nó no estômago e ninguém merecia minha lamentações.
Nossa despedida foi rara e amigável, depois de algum tempo a paz foi dar uma voltinha bem longe e eu achava que ela jamais voltaria, foram acusações mútuas de que um não prestava para o outro e o coração começou a chorar, os dentes a ranger e o sangue ferver. Não era bem assim, estávamos preocupados em magoar um ao outro, estávamos frustrados com o desenrolar da situação, estávamos imaturos para o episódio, estávamos um poço de rancor e um desamor no topo do pódio, estávamos engessados e não queríamos mudança, não queríamos dar o braço a torcer pelo bem da relação, não éramos democraticos com o amor, com o bem-estar, com a vida serena, parecíamos máquinas, robôs, paus, pedras.
- Arcise Câmara

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