quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Eu te conheço como a palma da minha mão


Isso é uma afirmação infundada, nem nós conhecemos a nós mesmos, parece estranho, mas em determinadas situações somos impulsionadas a fazer coisas que achávamos que não faríamos em nenhuma hipótese, já presenciei calminhos surtando, surtados num equilíbrio emocional de dar inveja ao Dalai Lama, ou li em jornais trabalhadores matando e classe rica ateando fogo em índio.
As pessoas às vezes estragam sua vida em 1 minutos, outras carregam culpa para a eternidade. Eu me surpreendo comigo mesma a cada ano, uma hora me acho melindrosa, noutra amadurecida, numa me incomodo com pequenos comentários, noutra ligo o foda-se. E assim, nessa mistura constante entre certo e errado, maduro e imaturo, bom e ruim vou seguindo a vida.
É estranho achar que conhecemos alguém na palma da mão e, no mínimo pretencioso, e assim nos surpreendemos com aquele marido safado que era do trabalho para casa todos os dias, ou daquela amiga íntima que se oferecia para o seu marido, ou ainda aquela pessoa que você estima muito e que nem sonha que ela mete o pau em você pelas costas.
Muitas vezes o que conhecemos do outro é a carcaça, outras tantas o outro é capaz de maiores atrocidades sentimentais e desumanas quando tem a impressão que jamais será descoberto, que tem a impunidade garantida e no meio de tudo isso encontramos episódios de merenda escolar vencida, compras de voto, mensalões, dinheiro em cueca, sonegação fiscal, paraísos fiscais, caixa dois, infidelidade e tantas coisas vindas de quem achamos que conhecemos, de quem apostamos as nossas fichas e de quem admiramos por vários instantes.
Conheci de perto pessoas que da porta da rua para fora é o ser humano mais maravilhoso do planeta, aquele que você compra e leva para casa embrulhado para presente e da porta da rua para dentro um algoz, um tirano, uma pessoa que bate, espanca, fere com a língua afiada de uma guilhotina. Fora os conhecimentos do jornais dos assassinatos em massa em que a pessoa era super tranquila, sociável e da paz. Casos que chocam o país e o mundo, vindo de gente que não esperamos, além de tudo as estatísticas comprovam que a maioria dos agressores, estupradores são pessoas próximas, muito próximas digamos assim, as vítimas são apunhaladas por quem menos esperam, por quem poderia e deveria defendê-las. E assim eu concluo que é apenas uma lenda urbana achar que podemos conhecer alguém como a palma da mão.

- Arcise Câmara


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