Decidi que após
o almoço eu iria jogar tênis de mesa e assim eu fiz. A única mulher entre os 7
homens, colegas de trabalho, mas tinha várias variáveis para o meu péssimo
desempenho: ferrugem, aprendiz, salto alto, maquiagem, vestido sem shorts por
baixo, bolinha que vivia no chão, meu despreparo para jogar e a implicância de
todo mundo. Ouvi piadinhas do tipo “vai ler um livro”, “tua gerente está te
chamando”, “vai dormir”, “sai daqui”, “você viu alguma mulher?”. Implicavam até
com a maneira que eu pegava na raquete porque eu seguro de forma diferenciada. Eu
lá firme e forte, rindo da situação e adorando perder de 0, 1 e 2, aliás perder
de 2 pontos era lucro para quem estava aprendendo. Quem é que nasceu sabendo
alguma coisa? Hã? Quem é que não passou por críticas? Isso aí, rum! fichinha
das leves. Por fim, decidimos que tinha gente suficiente para jogar de dupla e
no meio de tantas risadas decidiram que para ser justo eu tinha que ser par com
todo mundo, melhor pra mim, jogava mais, cada um teria que me carregar nas
costas segundo conceitos pré-determinados. Foi curtição atrás de curtição. Teve
um colega que jogou comigo como se eu fosse retardada e só parou quando eu
empatei no 4 a
4. Mas não é que fui melhorando, não é que foi fluindo e mesmo que eu perdesse
de 7 a 2
na dupla, os 2 míseros pontos foram feitos por mim. Essa é a evolução da Srta.
Teimosa, muito prazer! Mas sabe o que mais gostei, foi de passar a imagem da
Arcise brincalhona, bagunceira, chamadeira de palavrão, essa Arcise sem o
esteriótipo de Assessora, sem o ar autoritário, metido, exigente, de alguém que
cobra e pressiona, essa Arcise sem a carcaça do cargo, porque infelizmente as
pessoas confundem o profissional com o pessoal, o meu jeito Bernadinho das
quadras é totalmente diferente do meu jeito Arcise de ser.
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